- 57% dos entrevistados em empresas com faturamento acima de US$ 15 bilhões relataram impactos “muito significativos” de corrupção e atividades ilícitas
- A análise de dados proativa foi adotada 86% dos entrevistados para mitigar os riscos, ainda assim as ameaças de corrupção persistem
- Quase metade (46%) dos entrevistados citam a falta de visibilidade sobre terceiros como a principal vulnerabilidade relacionada ao risco de corrupção
São Paulo – A Kroll, líder mundial em serviços e produtos digitais de governança, riscos e transparência, revelou nesta segunda-feira (13/9) que as maiores empresas do mundo foram as que sentiram o maior impacto da corrupção e de atividades ilícitas em seus negócios em 2020.
A edição 2021 do Global Fraud and Risk Report da Kroll mostra que 57% dos entrevistados de empresas com faturamento anual superior a US$ 15 bilhões (cerca de R$ 80 milhões) relataram um impacto “muito significativo” de atividades ilícitas como fraude, corrupção e lavagem de dinheiro em suas organizações. Adicionalmente, um quarto (25%) dos entrevistados descreveu o impacto como “significativo”.”.
Essa tendência persistiu para empresas com uma receita anual entre US$ 10 bilhões (R$ 53,8 milhões) e US$ 15 bilhões (R$ 80 milhões), com 48% dos entrevistados afirmando que suas organizações foram afetadas de forma “muito significativa”, e 44% relatando que o impacto foi “significativo”.
Em relação ao Brasil, o relatório destaca que empresas concentraram seus esforços em medidas proativas com o objetivo de gerenciar e mitigar os riscos de corrupção. Entre as atividades, destacam-se as avaliações de risco (89%) e o uso proativo de ferramentas de data analytics (86%).
Além disso, três em cada quatro entrevistados revelaram que as questões ligadas a corrupção estão recebendo atenção e investimento suficientes da alta direção. Entretanto, embora 78% dos entrevistados do Brasil considerem que suas medidas anticorrupção sejam “eficazes”, 75%, ainda acham que a corrupção e outras atividades ilícitas geram um impacto “significativo” em suas organizações.
Para Fernanda Barroso, diretora-geral da área de Investigações Forenses e Inteligência da Kroll no Brasil, no atual e complexo ambiente de risco, as organizações estão enfrentando desafios como nunca antes.
“É encorajador que os entrevistados brasileiros sintam que seus programas anticorrupção são eficazes e recebem a atenção adequada da alta administração. Mas as ameaças ainda persistem. Embora o uso de ferramentas de data analytics tenha desempenhado um papel importante na mitigação de riscos, os resultados da pesquisa indicam que ainda há muito a se fazer. A melhor forma de se mitigar o risco é somar as habilidades das equipes ao poder da tecnologia”.
O relatório revelou ainda que as organizações no Brasil identificam como vulnerabilidades as ameaças internas e externas, com 41% dos entrevistados mencionando a falta de visibilidade sobre terceiros como a ameaça número um em relação à corrupção. As deficiências na manutenção de registros internos ficaram em segundo lugar na lista das principais preocupações (36%), seguido pelas ações deliberadas por funcionários, com 21%.
A edição 2021 do Global Fraud and Risk Report destaca que, mais do que nunca, é fundamental que organizações de todos os tamanhos façam uso de seus dados internos para mitigar riscos. O relatório aponta ainda que a cultura corporativa é um componente-chave para o sucesso de qualquer estratégia de combate aos riscos de corrupção.